quinta-feira, 4 de março de 2010

MANUEL PIRES VAZ BRAVO, Júnior



MANUEL PIRES VAZ BRAVO, Júnior


BIOGRAFIA
(resumida)

 

  • Nasceu em Nogueira, Vila Real, em 29 de Janeiro de 1880 e faleceu em Lisboa (freguesia de Camões) em 1 de Junho de 1955, filho de Manuel Pires Vaz Bravo e de Maria Clementina de Azevedo Pinto Vaz Bravo;

  • Fez a Escola Primária em Nogueira;


  • Frequentou o Ensino Liceal no Seminário de Vila Real, terminando o antigo 7º ano do Liceu no Porto;

  • Frequentou a Faculdade de Medicina do Porto (Régia Escola de Cirurgia) e mais a tarde a de Coimbra, tendo sido expulso de ambas, por motivos políticos (ideais republicanos, no tempo da monarquia);
  • Foi um dos cabecilhas da Greve Estudantil de 1907 (Coimbra) tendo sido preso, por diversas vezes, pelos seus ideais Republicanos;

  • Licenciou-se em Medicina na Faculdade de Medicina de Lisboa, em 1913, refundada em 1911, na sequência da respectiva reforma;


  • Cumpriu o serviço militar como Tenente – Médico Miliciano;
  • Em 28 de Janeiro de 1908 foi preso (aquando da Janeirada), permanecendo em Caxias até 7 de Fevereiro de 1908;

  • Novamente preso em 18 de Setembro de 1910, por alegado envolvimento com Republicanos pertencentes à Carbonária que tinham uma rudimentar fábrica de explosivos; foi libertado nas vésperas do 5 de Outubro;


  • Na madrugada de 3 para 4 de Outubro de 1910 foi detido, mais uma vez, quando se preparava para ir ao encontro de Machado Santos que organizava as tropas revoltosas na Rotunda (hoje Praça Marquês de Pombal). Veio a ser libertado em 9 de Outubro seguinte, quando foram libertados todos os presos relacionados com a Carbonária;
  • Tal como consta do Relatório de Machado Santos  (1907-1910), a sua acção tinha por objectivo impedir a concentração da guarda municipal. Os vários Chefes-Supremos dos grupos de civis que tinham esse objectivo (Telles de Lemos, Rodrigues Simões, Alberto Emílio Meyrelles, António Ferrão, Dr. Carlos Amaro e Prof. Santos) lograram atingi-lo. Citando o próprio Relatório, diz Machado Santos: ”Manuel Bravo devia ter o comando que António Ferrão assumiu. A sua prisão, com João Borges, prejudicou-nos, pela falta que nos fez o seu braço valoroso”;

  • Eleito Deputado à Assembleia Constituinte, pelo Circulo da Covilhã, como Independente. Foi um dos então dois Estudantes, eleitos Deputados;


  • Presidiu à Comissão de Inquérito aos Serviços da Secretaria de Estado das Subsistências e Transportes;

  • Foi novamente eleito Deputado, nas eleições seguintes, em 1918, pelo Circulo de Lisboa-Ocidental, integrado nas listas do Partido Nacional Republicano, também como Independente;


  • Em 1910, editou e publicou, em conjunto com outro grande Republicano – Dr. Carlos Babo, Advogado – a Tradução do Livro de A.D.White, chamado “História da Lucta entre a Sciência e a Theologia”, na qual fizeram o respectivo Prefácio; Trata-se dum texto de 30 páginas, anticlerical e que transmite o sentimento de muitos Republicanos, ligados à ciência e que não eram crentes em Deus;

  • Uma das primeiras intervenções na Assembleia Constituinte (antes da Ordem do Dia) foi a apresentação do Projecto para a criação do Liceu Nacional da Covilhã;


  • A partir de 14 de Outubro de 1910 foi Editor, Proprietário e Redactor Principal do Jornal “República Portugueza”, de que faziam parte outros notáveis Republicanos, Alfredo Pimenta, Francisco Pulido Valente e Tomás da Fonseca;

  • Em 1 de Fevereiro de 1912 foi o autor do que veio a ser conhecido por “Projecto Bravo”, apresentado e aprovado na Câmara dos Deputados e mais tarde no Senado e que tinha por objectivo a Colonização Israelita do Planalto de Benguela, em Angola, destinado a colonizar aquela zona de Angola e ali fazer a Terra Prometida. O projecto da Jewish Territorial Organization para Angola foi dinamizado, em Portugal, por Alfredo Bensaúde e Wolf Terló;


  • Em 26 de Abril de 1912 apresentou um Projecto de Lei, na Câmara dos Deputados, tendo em vista limitar os vencimentos dos funcionários públicos e pensionistas, numa perspectiva de equilíbrio das finanças públicas;

  • Em 1 de Maio de 1912 foi o autor do Projecto de Amnistia para os Operários Grevistas que se encontravam presos, assim como apresentou e fez aprovar a primeira Saudação que foi feita em Portugal, pelo Parlamento, ao Dia dos Trabalhadores, para Portugal e para o Mundo;


  • Na sua vida profissional, como Médico, dedicou grande parte do seu tempo à investigação, criando e inventando medicamentos que ainda hoje são usados pela família e amigos no tratamento de várias infecções de pele;  

  • Foi também um grande amigo da Costa de Caparica, onde em 1920 mandou construir uma das primeiras casas de alvenaria e tijolo e onde passava grandes temporadas com os Filhos, Noras e Netos, praticando medicina gratuita para os pescadores e população carenciada, tendo salvado a vida a muitos deles!

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